Geografias descoloniais no Ensino Médio: (Re)visitando a demografia do Brasil na perspectiva dos multiletramentos
DOI:
https://doi.org/10.53455/re.v4i.102Palavras-chave:
Ensino de geografia, demografia do Brasil, decolonialidade, multiletramentos.Resumo
Contexto: Este trabalho analisa a influência persistente da colonialidade nas esferas sociais, culturais e intelectuais, especialmente no modo como molda nossa perspectiva do mundo, autopercepção e produção de conhecimento, incluindo a geografia. Seu objetivo principal é conduzir uma análise qualitativa que reinterpreta o ensino de demografia brasileira no ensino médio, sob a ótica decolonial e dos multiletramentos, desafiando as influências coloniais no poder, no conhecimento e na identidade. A metodologia emprega uma abordagem teórico-prática que utiliza diversos meios, como escrita, música e elementos audiovisuais, com uma perspectiva multicultural. Busca promover uma compreensão decolonial da formação do povo brasileiro, suas territorialidades e espacialidades no contexto do ensino médio. Quatro obras são propostas como instrumentos analíticos: o livro “Ideias para Adiar o Fim do Mundo” de Ailton Krenak, a música “Palmares 1999” do Natiruts, a apresentação audiovisual “Precisamos Romper com os Silêncios” de Djamila Ribeiro no TED Talks São Paulo e a apresentação audiovisual “Youtuber Indígena Cristian Wari’u - Povos Indígenas do Brasil”. Considerações: Estas obras constituem uma base sólida para discussões críticas visando a construção de uma geografia humanística na educação básica. A combinação da Pedagogia dos Multiletramentos com a geografia oferece oportunidades significativas de aprendizado para a juventude contemporânea, com o propósito de confrontar as influências coloniais persistentes e promover uma abordagem descolonizada da geografia e cultura brasileira.
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