Comunicação pública e privada em desastres climáticos: Dicotomias estratégicas e o caso de Taió, Santa Catarina
DOI:
https://doi.org/10.53455/re.v6i.280Palavras-chave:
Comunicação pública, Crise climática, Transparência, Gestão de desastresResumo
Contexto:
Este artigo analisa as diferenças estratégicas e deontológicas entre as comunicações pública e privada durante crises climáticas, com ênfase na transparência como princípio orientador da comunicação governamental. O estudo parte da premissa de que a comunicação institucional exerce papel determinante na gestão de riscos e na construção da confiança pública, especialmente em contextos de vulnerabilidade socioambiental. Metodologias: A pesquisa baseou-se em revisão bibliográfica e na análise de um estudo de caso empírico realizado no município de Taió (SC), afetado por eventos climáticos extremos entre outubro e novembro de 2023. Foram examinadas 499 publicações da prefeitura no Instagram, buscando identificar padrões discursivos e estratégias comunicacionais. Essa análise permitiu estabelecer quatro dicotomias centrais: pessoas versus reputação, fluxo informacional versus controle narrativo, silêncio versus transparência e comunicação preventiva versus comunicação reativa. Considerações: Os resultados evidenciam a predominância de estratégias reativas e a escassez de alertas preventivos, aproximando o setor público de práticas comunicacionais típicas do setor privado. Conclui-se que a adoção de protocolos específicos voltados à transparência plena é condição essencial para a eficácia da comunicação pública em contextos de risco climático. A transparência é compreendida não apenas como diretriz operacional, mas como fundamento ético da justiça climática. Recomenda-se, por fim, a criação de um arcabouço normativo nacional que padronize práticas comunicacionais em emergências, ampliando a resiliência institucional e o acesso equitativo à informação.
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