Saúde única e ciência da informação Geográfica em direção a eliminação da leishmaniose visceral no estado de São Paulo, Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.53455/re.v5i1.258

Palavras-chave:

Leishmaniose Visceral, Saúde única, NDVI, Análise espaço-temporal, Temperatura da Superfície Terrestre

Resumo

Contexto: Avaliações quantitativas para vigilância e resposta a doenças como a Leishmaniose Visceral são importantes para implementar a agenda da Saúde Única. Em 2020, 97% dos casos das Américas foram notificados no Brasil. Em São Paulo, a doença ocorreu pela primeira vez em 1999 e até 2019 foram notificados um total de 3.046 casos acumulados. Desenvolvimento: O objetivo deste estudo é: A) Analisar por métodos integrados, a dispersão espaço-temporal da LV humana. B) Através de métodos geoespaciais, identificar a existência de correlação entre variáveis ambientais e sociais e a distribuição dos três componentes: vetor, casos humanos e casos caninos. Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo seccional, no qual dados vetoriais, caninos e humanos de LV foram obtidos de fontes públicas. Foi utilizado Sensoriamento Remoto e Mapeamento Temático com Sistema de Informações Geográficas. A autocorrelação e os agrupamentos espaço-temporais foram analisados para correlacionar vetor-doença-ambiente. Resultados: Entre 1999 e 2020, um total de 106 dos 645 municípios acumularam casos humanos. Ao longo de 7 triênios, todos os clusters de valores alto-alto significativos foram encontrados no Oeste. O vetor Lutzomyia longipalpis está se dispersando ao longo de um eixo no Noroeste. A leishmaniose canina superpovoou o norte do estado e, até o final de 2020, foi detectada em 192 municípios (29,76%). A doença humana correlacionou-se com áreas vegetadas baixas e médias e com MODIS LST-dia (OR=4,5) e LST-noite (OR=13,01). Os resultados forneceram uma base científica para a implementação regional de vigilância e resposta geoespacial e por satélite para LV. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Referências

Anderson, L. O., Latorre, M. L., Shimabukuro, Y. E., Arai, E., & Júnior, O. A. de C. (2003). Sensor MODIS: uma abordagem geral. INPE, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, January 2016, 58. https://doi.org/INPE-10131-RPQ/752

Anselin, L. (2010). Local Indicators of Spatial Association-LISA. Geographical Analysis, 27(2), 93–115. https://doi.org/10.1111/j.1538-4632.1995.tb00338.x DOI: https://doi.org/10.1111/j.1538-4632.1995.tb00338.x

Dowdle, W. R. (1998). The principles of disease elimination and eradication. In WHO Bulletin (Vol. 76, Issue 2, pp. 22–24).

Fonseca, E. D. S., Avery, R. H., & Ramos, V. D. V. (2018). A research initiative on the use of Geodesign for public health in South America: An innovative approach. Disegnarecon, 11(20), 12.1-12.12.

Fonseca, E. D. S., Guimarães, R. B., Prestes-Carneiro, L. E., Tolezano, J. E., Rodgers, M. D. S. M., Avery, R. H., & Malone, J. B. (2021). Predicted distribution of sand fly (Diptera: Psychodidae) species involved in the transmission of Leishmaniasis in São Paulo state, Brazil, utilizing maximum entropy ecological niche modeling. Pathogens and Global Health, 115(2), 108–120. https://doi.org/10.1080/20477724.2020.1870031 DOI: https://doi.org/10.1080/20477724.2020.1870031

Fonseca ES, D’Andrea LAZ, Taniguchi HH, Hiramoto RM, Tolezano JE, G. R. (2014). Spatial epidemiology of American cutaneous leishmaniasis in a municipality of west São Paulo State, Brazil. Journal of Vector Borne Diseases, 51, 271–275. DOI: https://doi.org/10.4103/0972-9062.147845

Galati Eunice Aparecida Bianchi. (2003). Morfologia e taxonomia: morfologia, terminologia de adultos e identificação dos táxons da América. In E. F. Rangel & R. Lainson (Eds.), Flebotomíneos do Brasil (1st ed., Vol. 1, pp. 23–52). Fundação Oswaldo Cruz.

Gallo, K., Ji, L., Reed, B., Eidenshink, J., & Dwyer, J. (2005). Multi-platform comparisons of MODIS and AVHRR normalized difference vegetation index data. Remote Sensing of Environment, 99(3), 221–231. https://doi.org/10.1016/j.rse.2005.08.014 DOI: https://doi.org/10.1016/j.rse.2005.08.014

Goodchild, M. F. (1992). Geographical information science. International Journal of Geographical Information Systems, 6(1), 31–45. https://doi.org/10.1080/02693799208901893 DOI: https://doi.org/10.1080/02693799208901893

Governo do estado de São Paulo. (2023). Seade: Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados . Https://Www.Seade.Gov.Br/.

Maria Paula Ferreira et al (2013). Índice paulista de vulnerabilidade social. http://ipvs.seade.gov.br/view/pdf/ipvs/metodologia.pdf

Nasa.org. (2020). Modis. Terra.Nasa.Gov.

Oliveira, C. D. L., Morais, M. H. F., & Machado-Coelho, G. L. L. (2008). Visceral leishmaniasis in large Brazilian cities: challenges for control. Cadernos de Saúde Pública, 24(12), 2953–2958. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2008001200026 DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-311X2008001200026

Palatnik-de-Sousa, C. B., & Day, M. J. (2011). One Health: The global challenge of epidemic and endemic leishmaniasis. Parasites & Vectors. https://doi.org/10.1186/1756-3305-4-197 DOI: https://doi.org/10.1186/1756-3305-4-197

Pan American Health Organization. (2018). LEISHMANIOSES Informe Epidemiológico das Américas. Paho Report. www.paho.org/leishmaniasis

Porto, B., Gurgel, H., & Catão, R. (2022). As dimensões do ensino de Geografia da Saúde no Brasil. Estrabão, 3(1), 16–28. https://doi.org/10.53455/re.v3i.27 DOI: https://doi.org/10.53455/re.v3i.27

Rangel, O., Hiramoto, R. M., Henriques, L. de F., Taniguchi, H. H., Ciaravolo, R. M. de C., Tolezano, J. E., França, A. C. C., Yamashiro, J., & Oliveira, S. S. (2013). Classificação epidemiológica dos municípios segundo o Programa de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral Americana no Estado de São Paulo, para 2013. Boletim Epidemiológico Paulista, 10(111), 3–14.

Rangel, O., Oliveira, S. S. de ;, Hiramoto, R. M., Henriques, L. de F. ;, Junior, A. V. ;, Taniguchi. Helena Hilomi;, Barbosa, J. E. de R. ;, Sampaio, S. M. P. ;, Spinola, R., Rehder, S., Lindoso, J. Â. L. ;, Tolezano, J. E., & Casanova, Claudio. (2020). Epidemiological classification of the municipalities of the State of São Paulo according to the Visceral Leishmaniasis Control and Surveillance Program, 2019. Boletim Epidemiológico Paulista, 17(204), 13–34. DOI: https://doi.org/10.57148/bepa.2020.v.17.34428

Ribeiro, V. M., da Silva, S. M., Menz, I., Tabanez, P., Nogueira, F. dos S., Werkhaüser, M., da Fonseca, A. L. S., & Dantas-Torres, F. (2013a). Control of visceral leishmaniasis in Brazil: recommendations from Brasileish. Parasites & Vectors, 6(1), 8. https://doi.org/10.1186/1756-3305-6-8

Ribeiro, V. M., da Silva, S. M., Menz, I., Tabanez, P., Nogueira, F. dos S., Werkhaüser, M., da Fonseca, A. L. S., & Dantas-Torres, F. (2013b). Control of visceral leishmaniasis in Brazil: recommendations from Brasileish. Parasites & Vectors. https://doi.org/10.1186/1756-3305-6-8 DOI: https://doi.org/10.1186/1756-3305-6-8

Santos, S. M., & Noronha, C. P. (2001). Padrões espaciais de mortalidade e diferenciais sócio-econômicos na cidade do Rio de Janeiro.

SANTOS, S. M.; NORONHA, C. P. Padrões Espaciais de Mortalidade e Diferenciais Sócio-Econômicos Na Cidade Do Rio de Janeiro. Cadernos de Saúde Pública, v. 17, n. 5, p. 1099–1110, 2001. Cadernos de Saúde Pública, 17(5), 1099–1110. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2001000500012 DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-311X2001000500012

Sevá, A. da P., Mao, L., Galvis-Ovallos, F., Tucker Lima, J. M., & Valle, D. (2017). Risk analysis and prediction of visceral leishmaniasis dispersion in São Paulo State, Brazil. PLoS Neglected Tropical Diseases, 11(2), 1–17. https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0005353 DOI: https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0005353

Soares Santana, R., Briguenti Souza, K., Lussari, F., Fonseca, E. S., Andrade, C. O., Meidas, M. M. K., Zampieri D’Andrea, L. A., Silva, F. A., Flores, E. F., Anjolete, I. R., & Prestes-Carneiro, L. E. (2021). Cases and distribution of visceral leishmaniasis in western São Paulo: A neglected disease in this region of Brazil. PLOS Neglected Tropical Diseases, 15(6), e0009411. https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0009411 DOI: https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0009411

Souza, V. A. F., Cortez, L. R. P. B., Dias, R. A., Amaku, M., Neto, J. S. F., Kuroda, R. B. S., & Ferreira, F. (2012). Space-time cluster analysis of American visceral leishmaniasis in Bauru, São Paulo State, Brazil. Cadernos de Saúde Publica, 28(10), 1949–1964. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2012001000013 DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-311X2012001000013

Wan, Z. (2013). MODIS Land Surface Temperature Products Users ’ Guide. December.

Werneck, G. L. (2010). Geographic spread of visceral leishmaniasis in Brazil. 26(Vl), 2010. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-311X2010000400001

World Health Organization. (2010). Control of the leishmaniases. World Health Organization Technical Report Series, 949, 22–26. https://doi.org/10.1038/nrmicro1766 DOI: https://doi.org/10.1038/nrmicro1766

World Health Organization. (2017). Accelerated Plan for Kala-azar Elimination.

Downloads

Publicado

14-08-2024

Como Citar

Fonseca, E., Ferro, R., Semensati, F., & Carneiro, L. (2024). Saúde única e ciência da informação Geográfica em direção a eliminação da leishmaniose visceral no estado de São Paulo, Brasil. Estrabão, 5(1), 357–368. https://doi.org/10.53455/re.v5i1.258

Edição

Seção

Artigos