Ocorrência da Doença de Haff no Brasil de 2008-2022 na perspectiva do conceito de Saúde Única
DOI:
https://doi.org/10.53455/re.v5i1.235Palavras-chave:
Epidemiologia, Organismos aquáticos, Urina preta, Ecologia da saúdeResumo
Contexto: Desde 2008, casos da Doença de Haff foram detectados por meio de surtos pontuais investigados no norte e nordeste do país, mas sem identificação do agente e/ou fatores de risco para o adoecimento até o momento. O presente trabalho visou sistematizar a distribuição e o conhecimento da doença na população humana brasileira, disposto a contribuir com propostas de pesquisas ambientais e epidemiológicas no contexto da saúde única para a identificação dos fatores de risco até o adoecimento da população. Desenvolvimento: Realizou-se revisão com palavra-chave “Doença de Haff” em português, espanhol, inglês e francês em plataformas de pesquisas em saúde e ambiente, sem delimitação de período, mas com exclusão das literaturas que não abordavam casos da doença no Brasil no título e nas palavras-chave. As 37 informações de interesse foram coletadas dos artigos selecionados por meio de formulário online semiestruturado e analisado de forma qualitativa. Resultados: Dos 57 artigos elegíveis, seis abordaram casos no Brasil. Dos 162 prováveis casos, os maiores registros foram nos estados da Bahia (51) e Amazonas (25), de 2008 a 2021, os casos em ambientes marinhos iniciaram-se em outubro, enquanto os casos no Amazonas, em junho. Espécies de peixes marinhos e dulcícolas foram relacionados à doença com sintomas iniciados em até 24 horas após o consumo dos peixes com duas hipóteses consideradas para possível confirmação do agente etiológico e/ou fatores de risco para os adoecimentos observados. Com os dados obtidos, é possível delimitar pesquisas para territórios específicos, contemplando o conceito e a abordagem de saúde única.
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