Taxa de abandono vacinal (TAV) no programa nacional de imunizações (PNI): uma análise entre 2015 e 2022
DOI:
https://doi.org/10.53455/re.v5i1.231Palavras-chave:
Cobertura Vacinal; Programas de Imunização; Movimento contra Vacinação; Controle de Doenças TransmissíveisResumo
Contexto: A vacinação desempenha um papel importante na prevenção de doenças infecciosas. Os movimentos antivacinas têm impactado na adesão à vacinação, contribuindo para o aumento da incidência de doenças já erradicadas no Brasil o que torna importante investigar a Taxa de Abandono de Vacinação (TAV). Metodologia: O presente estudo ecológico com análise exploratória sobre o comportamento do TAV das vacinas que compõem o Programa Nacional de Imunizações (PNI) no Brasil. Os municípios foram separados de acordo com análises regionais e o perfil populacional nas áreas rurais e urbanas do Brasil. A taxa de cobertura ideal foi considerada de pelo menos 90% da população-alvo para determinado tipo de imunizante. Conclusões: Observou-se uma tendência crescente do TAV no Brasil. Em 2018 houve redução do TAV em alguns municípios, porém, a partir de 2019 piorou nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país. Os resultados dos municípios rurais remotos são aqueles que apresentaram o menor TAV nos anos do estudo, com exceção de 2022. Houve aumento na diferença entre áreas rurais e urbanas, onde o TAV sempre se manteve menor. Evidências de que quando o programa está estruturado, o acesso e a distância aos grandes centros não é um fator que impacte na adesão à vacinação. Conclui-se que o risco foi aumentado, ainda antes do período de pandemia de covid-19 em 2020.
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Referências
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