Análise dos casos de malária nas frentes pioneiras do Sul do Amazonas: Lábrea, Humaitá e Apuí
DOI:
https://doi.org/10.53455/re.v5i1.218Palavras-chave:
Malária, Frentes pioneiras, Sul do AmazonasResumo
Contexto: O Sul do Amazonas é caracterizado como uma área endêmica para a malária, isto significa que a doença ocorre de forma regular nesta região, principalmente com o avanço do desmatamento oriundo do avanço das frentes pioneiras, ocasionando aumento dos casos de malária entre os anos de 2019 e 2022. Nesse sentido, este trabalho tem como objetivo analisar esse aumento a partir das taxas de desmatamento e das frentes pioneiras ativas no âmbito de uma investigação histórica e atual. Desenvolvimento: Para realizar este levantamento foram utilizadas fontes bibliográficas para sistematização de uma revisão dos estudos e dados disponíveis para compreender a incidência dos casos de malária nessas regiões, bem como um trabalho em campo de cunho exploratório realizado em setembro de 2022 entre os municípios de Lábrea, Humaitá (distrito de Realidade) e Apuí e também uma viagem realizada pela rodovia Manaus-Porto Velho em julho de 2023. Além disso, foram trabalhados dados públicos do Portal da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (Fundação de Vigilância e Saúde do Amazonas). Resultados: Destaca-se que um dos desdobramentos do avanço das frentes pioneiras na Amazônia é o aumento dos casos de malária, haja visto que o desmatamento e a ocupação de áreas florestais, impulsionada por atividades como na mineração e agropecuária alteram o ecossistema, criando condições que facilitam a proliferação de mosquitos transmissores da malária.
Downloads
Referências
Assis, M. C., Gavlak, A. A., Monteiro, A. M. V. (2011, abril 30; maio 05). Risco Potencial Local de Malária e sua Distribuição Espacial em Lábrea, Amazonas. XV Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto - SBSR, Curitiba.
Ayala, M. J. C., Bastos, L. S., Villela, D. A. M. (2022). On multifactorial drivers for malaria rebound in Brazil: a spatio-temporal analysis. Malaria Journal 21(52), 01-10. https://doi.org/10.1186/s12936-021-04037-x DOI: https://doi.org/10.1186/s12936-021-04037-x
Becker, B. (1982). A geopolítica da Amazônia. Zahar.
Benatti, A. P. (1996). O centro e as Margens: Boemia e prostituição na “capital mundial do café” (Londrina: 1930-1970). [Dissertação de Mestrado não publicada]. Universidade Federal do Paraná.
Brasil. (2020). Elimina Malária Brasil: Plano Nacional de Eliminação da Malária. Ministério da Saúde. https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/malaria/politicas-de-saude/elimina-malaria-brasil-plano-nacional-de-eliminacao-da-malaria
Brasil. (2020). Incidência Parasitária Anual (IPA). https://encurtador.com.br/iwVX9
Brasil. Malária. (2023, 17 de agosto). https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/m/malaria
Castro de Jesus, A. C., Oliveira Neto, T., Silva, F. B. A. da. (2023). Rede urbana e frentes pioneiras no sul do Amazonas: rodovias Transamazônica (BR-230) e Manaus-Porto Velho (BR-319). Boletim Paulista de Geografia, (1), 108. https://doi.org/10.54446/bpg.v1i108.2864 DOI: https://doi.org/10.54446/bpg.v1i108.2864
Cavalcante, M. M. A., Pujol, A. F. T. (2018). Hidrelétricas e (re)ordenamento do território: uma comparação entre os povos amazônicos (Brasil) e das montanhas da Catalunya (Espanha). Confins (36) https://doi.org/10.4000/confins.14107 DOI: https://doi.org/10.4000/confins.14107
Chaves, L. S. M., Costa, K. M. (2010). A malária na região da Amazônia Brasileira: contribuição dos modelos climáticos para os estudos de distribuição e controle. Revista Pan-Amazônica de Saúde 1(2), 81-92.
Confalonieri, U. E. C. (2005). Saúde na Amazônia: um modelo conceitual para a análise de paisagens e doenças. Estudos Avançados 19(53), 221-236. https://doi.org/10.1590/S0103-40142005000100014 DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-40142005000100014
Coy, M. Desenvolvimento regional na periferia amazônica: organização do espaço, conflitos de interesses e programas de planejamento dentro de uma região de "fronteira" : o caso de Rondônia. In: Aubertin, C., Becker, B. Fronteiras. (Cap. 7, pp. 167-194). ORSTOM.
Engespro/Dnit. (2021). Relatório parcial meio sócio econômico levantamento epidemilógico avaliaçãodopotencial malarígenodaárea de influência da BR-319/AM. Engespro. https://encurtador.com.br/acduV
Ferraroni, J. J., Hayes, J. (1979). Aspectos epidemiológico da malária no Amazonas. Acta Amazônica, 9(3), 471-480. https://doi.org/10.1590/1809-43921979093471 DOI: https://doi.org/10.1590/1809-43921979093471
Fundação de Vigilância e Saúde do Amazonas. (2023a, 10 de agosto). Portal da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas Dra. Rosemary Costa Pinto. https://www.fvs.am.gov.br/
Fundação de Vigilância e Saúde do Amazonas. (2023b, 12 de agosto). Painel Epidemiológico – MALÁRIA. https://www.fvs.am.gov.br/indicadorSalaSituacao_view/124/2
Ianni, O. (1979). Colonização e contra-reforma agrária na Amazônia. Vozes.
Lima, S. do C., Guimarães, R. B. (2007). Determinação social no complexo tecno-patogênico informacional da malária. Hygeia 3(5), 58-77. https://doi.org/10.14393/Hygeia316884 DOI: https://doi.org/10.14393/Hygeia316884
Loiola, C. C. P., Silva, M. da., Tauil, P. L. (2002). Controle da malária no Brasil: 1965 a 2001. Revista Panamericana de Salud Publica 4(11), 235-244. https://iris.paho.org/handle/10665.2/8695 DOI: https://doi.org/10.1590/S1020-49892002000400005
Kohlhepp, G. (2015). Tipos de Colonização Agrária Dirigida nas Florestas Brasileiras: Exemplos históricos. Fronteiras: Journal of Social, Technological and Environmental Science, 4(3), 102-121. https://doi.org/10.21664/2238-8869.2015v4i3.p102-121 DOI: https://doi.org/10.21664/2238-8869.2015v4i3.p102-121
Mello, N. A. de., Théry, H. (2001). A armadura do espaço amazônico: eixos e zoneamentos. ALCEU, 1(2), 181-214.
Mello-Théry, N. A. (2021). O desmonte das políticas ambientais brasileiras. In: Ribeiro, W. C., Jacobi, R. R. Amazônia: alternativas à devastação. (Cap. 5, pp. 74-89). Instituto de Estudos Avançados.
Monbeig, P. (1984). Pioneiros e fazendeiros de São Paulo. Hucitec/Polis.
Mondardo, M. L., Goettert, J. D. (2007). Frente de expansão e frente pioneira no Brasil: espaços e tempos da migração, do conflito e da alteridade. Okara, 1(2), 38-61.
Najar, A. (1990). Málarias, migrações e grandes projetos na Amazônia. TRAVESSIA - Revista Do Migrante, (6), 33–38. https://doi.org/10.48213/travessia.i6.115 DOI: https://doi.org/10.48213/travessia.i6.115
Nogueira, C. E. (2015). A apropriação metodológica das frentes pioneiras na formação da Geografia Brasileira (1930-1950). Terra Brasilis, (5). https://doi.org/10.4000/terrabrasilis.1480 DOI: https://doi.org/10.4000/terrabrasilis.1480
Oliveira, A. U. (2006). A Amazônia e a nova geografia da produção da soja. Terra Livre, 1(26), 13–43. https://publicacoes.agb.org.br/index.php/terralivre/article/view/206/0
Oliveira Neto, T. (2017). Relaciones Capitalistas En El Asentamiento Realidad En La BR-319 Km 570 (Amazonas). Eutopía. Revista De Desarrollo Económico Territorial (12), 123-38. https://doi.org/10.17141/eutopia.12.2017.2921 DOI: https://doi.org/10.17141/eutopia.12.2017.2921
Organização Pan-Americana da Saúde. (2023, 13 de agosto). Malária. https://encurtador.com.br/AFHIN
Parente, A. T., Souza, J. B. M., Ribeiro, J. B. M. (2012). A ocorrência de malária em quatro municípios do estado do Pará, de 1988 a 2005, e sua relação com o desmatamento. Acta Amazônica 1(42), 41-48. https://encurtador.com.br/nsMWY DOI: https://doi.org/10.1590/S0044-59672012000100005
Peiter, P. C. Geografia da Saúde na Faixa de Fronteira Continental do Brasil na Passagem do Milênio. [Tese de Doutorado, Universidade Federal do Rio Janeiro]. Biblioteca do RETIS https://acesse.dev/HViou
Peiter, P. C., Franco, V. da C., Mutis, M. S. (2017). Malária nas fronteiras internacionais da Amazônia. in: COSTA, J. M. da. (Eds). Amazônia: olhares sobre o território e a região. (Cap. 5, pp. 151-177). Autograia.
Ribeiro, W. C. (2021). Desmatamentos na Amazônia: causas, consequências e alternativas. In: Ribeiro, W. C., Jacobi, R. R. Amazônia: alternativas à devastação. (Cap. 7, pp. 109-122). Instituto de Estudos Avançados. DOI: https://doi.org/10.11606/9786587773148
Saccaro Junior, N. L. M., Sakomski, L. F., Morita, P. A. (2015). Impacto do desmatamento sobre a incidência de doenças na Amazônia. Texto para discussão. IPEA.
Sallum, M. A. M., Conn, J. E., Bergo, E. S., Laporta, G. Z., Chaves, L. S. M., Bickersmith, S. A., Oliveira, T. M. P. de., Figueira, E. A. G., Moresco, G., Olívêr, L., Struchiner, C. J., Yakob, L., Massad, E. (2019). Vector competence, vectorial capacity of Nyssorhynchus darlingi and the basic reproduction number of Plasmodium vivax in agricultural settlements in the Amazonian Region of Brazil. National Library of Medicine 4(18). https://doi.org/10.1186/s12936-019-2753-7 DOI: https://doi.org/10.1186/s12936-019-2753-7
Silva, R. G. da C. (2015). Amazônia globalizada: da fronteira agrícola ao território do agronegócio – o exemplo de Rondônia. Confins (23). https://doi.org/10.4000/confins.9949 DOI: https://doi.org/10.4000/confins.9949
Silva, R. G. da C., Silva, V. V. da; Mello-Théry, N. A. de; Lima, L. A. P. (2021). Nova fronteira de expansão e áreas protegidas no estado do Amazonas. Mercator (20), 1-13. https://doi.org/10.4215/rm2021.e20025
Smith, D. L., Dushoff, J., Mckenzie, F. E. (2005). The risk of a mosquito-borne infection in a heterogeneous environment. PLoS Biology (3)6. https://doi.org/10.1371/journal.pbio.0020368 DOI: https://doi.org/10.1371/journal.pbio.0020368
Sorre, M. (1984). Geografia. Ática.
Sorre, Maxmilien. (2006). Complexes pathogènes et géographie médicale (classiques revisités). Hygeia, 2(2), 2-14. https://doi.org/10.14393/Hygeia216854 DOI: https://doi.org/10.14393/Hygeia216854
Souza, A. L., Silva, V. V., Silva, T. A. Políticas públicas e suas influências ambientais em assentamentos rurais no Sul do estado do Amazonas. Educação Ambiental em Ação (63), 2018, 01-10.
Souza, P., Barcellos, C. (2014). Migração e malária: difusão espacial de doenças infecciosas na frente pioneira amazônica, 2003-2012. Meio Ambiente e Geomática (411).
Souza, P. F., Xavier, D. R., Mutis, S., Mota, M. C., Corrêa, J., Peiter, P. C., Matos, V. P., Magalhães, M. de A. F. M. Barcellos, C. (2019) Spatial spread of malaria and economic frontier expansion in the Brazilian Amazon. PLOS ONE (14), 10.1371/journal.pone.0217615 DOI: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0217615
Thalês, M., Poccard-Chapuis, R. (2014). Dinâmica espaço-temporal das frentes pioneiras no Estado do Pará. Confins, (22), S/P. https://doi.org/10.4000/confins.9860 DOI: https://doi.org/10.4000/confins.9860
Théry, H. (2005). Situações da Amazônia no Brasil e no continente. Estudos Avançados, (19)53, 37-49. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-40142005000100003
Théry, H., Mello, N. A. de., Hato, J., Girardi, E. P. (2009). Atlas do trabalho escravo no Brasil. Amigos da Terra. https://encurtador.com.br/jvPTY
Théry, H., Pereira, A. P. C. (2018). A Guiana brasileira, da periferia ao centro. Mercator, (17), 01-14. https://doi.org/10.4215/rm2018.e17026 DOI: https://doi.org/10.4215/rm2018.e17026
Turner, B. L. (1996). The earth as transformed by human action: Global and regional changes in the biosphere over the past 300 years. Cambridge University Press.
Zanin, P. R., Marinho, R. R., Neves, J. R. D., Nogueira, A. R. (2022). Periodização do desmatamento na Amazônia legal: da metade do século xx ao começo do século XXI. Geonorte, (13)42, 112-147. DOI: https://doi.org/10.21170/geonorte.2022.V.13.N.42.112.147
Zaporta, G. Z., Ilacqua, R. C., Bergo, E. S., Chaves, Rodovalho, S. R., Figueira, E. A. G., Moresco, G. G., Massad, E., Oliveira, T. M. P. de., Bickersmith, S. A., Conn, J. E., Sallum, M. A. M. (2021). Malaria transmission in landscapes with varying deforestation levels and timelines in the Amazon: a longitudinal spatiotemporal study. Nature (11), 01-14. https://doi.org/10.1038/s41598-021-85890-3 DOI: https://doi.org/10.1038/s41598-021-85890-3
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Ana Beatriz Castro de Jesus, Thiago Oliveira Neto, João Victor Matos de Assis

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A revista segue o padrão Creative Commons (CC BY), que permite o remixe, adaptação e criação de obras derivadas do original, mesmo para fins comerciais. As novas obras devem conter menção ao(s) autor(es) nos créditos.
Dados de financiamento
-
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
Números do Financiamento 001