221 Estrabão (2)2021
morfologia local a partir da construção de cenário teórico da
região costeira e oceânica do Atlântico Sul, especificamente
a região que cobre a área da APA da Baleia Franca,
considerando dois períodos de tempo, sendo 1970-2000 e
2001-2020; iii) avaliar a variabilidade climática da região
costeira e oceânica do Atlântico Sul considerando o período
de 1970 a 2020; iv) estimar a biomassa (clorofila superficial)
na área do Atlantico Sul ao longo das três últimas décadas.
Zonas Costeiras e Oceânicas e o clima no
planeta
A sustentabilidade é um novo marco civilizatório, uma
meta urgente de transição coletiva, uma vez que é
necessário lidar com o contexto das mudanças climáticas.
Há muita incerteza sobre as novas constituições e novos
compromissos que devem ser levados em consideração, a fim
de enfrentar o desafio de um novo padrão de crescimento
econômico e de desenvolvimento de mercados, a partir
da manutenção de uma perspectiva de sistemas humanos
globais sustentáveis (Urban, 2015; Willis, Bhagwat, &
Shonil, 2009). Nesse cenário, boa parte das agendas
globais, fortemente amparadas a partir do acordo de Paris,
realizado em 2015, entenderam que ações sobre mitigações
e preservação dos ecossistemas devem compor os processos
de desenvolvimento do futuro. Nessas agendas, os oceanos
e suas zonas costeiras são considerados essenciais para
garantir o desenvolvimento sustentável da sociedade. Os
oceanos são tão importantes que seus assuntos compõe a
chamada “década do oceano” pela Organização das Nações
Unidas (período de 2021 a 2030). Isso porque os oceanos
cobrem cerca de 71% da superfície da Terra e contêm
ecossistemas primordiais para garantir a vida no planeta
(CGEE, 2008).
Constituem-se, ainda: “ (...), em fonte muito rica e diver-
sificada de recursos vivos e não vivos, fornecendo – direta
e indiretamente – proteínas para a alimentação humana e
ampla gama de minerais. Além disso, exercem papel pre-
ponderante no equilíbrio climático do planeta, transportando
calor das regiões equatoriais para as temperadas por meio
dos movimentos das massas de água, afetando diretamente
o clima da Terra” (CGEE, 2008 p. 37).
Na mesma importância que os oceanos estão suas zonas
costeiras. No caso brasileiro, de acordo o art. 2º, parágrafo
único da Lei n 7.661, de 16 de maio de 1988, zona costeira
é “o espaço geográfico de interação do ar, do mar e da terra,
incluindo seus recursos renováveis ou não, abrangendo uma
faixa marítima e outra terrestre”, que foram definidas pelo
Plano Setorial de Gerenciamento Costeiro (BRASIL, 1988).
A zona costeira representa um dos recursos mais importantes
da humanidade, pois abriga grande parte da população
mundial e biodiversidade. Refere-se a uma zona sensível
que responde de maneira adversa às mudanças naturais
ou de origem antropogênicas, que são aquelas induzidas
pelo homem. As mudanças naturais, como terremotos,
inundações e tempestades, podem resultar em apreciáveis
mudanças na linha de costa. Já algumas dessas mudanças
podem ser globais em extensão, como a mudança climática,
que afetará a zona costeira, produzindo acidificação e
destruição dos sistemas costeiros. As mudanças induzidas
pelo homem, como a construção de portos, a retirada de
sedimentos do perfil praial e as dragagens, podem conduzir a
fenômenos de erosão costeira regional ou local. A construção
de barragens pode afetar o aporte de sedimentos ou
nutrientes, acarretando drásticas mudanças na zona costeira,
atingindo tanto os recursos vivos quanto os recursos não-
vivos (CGEE, 2008).
Materiais e Métodos
Delimitação geográfica
A Área de Proteção da Ambiental da Baleia Franca,
localizada no Atlântico Sul, foi criada através do decreto
de 14 de setembro de 2000. Trata-se de uma unidade
de conservação Federal de ambiente marinho costeiro, de
154.866,27 hectares, localizada no litoral centro-sul do
Estado de Santa Catarina. Tem aproximadamente 130 km
de costa, destes, 80% da área é marinha e o restante
é terrestre. Compreende os municípios de Palhoça, Paulo
Lopes, Garopaba, Imbituba, Tubarão, Florianópolis, Laguna,
Jaguaruna, e Balneário Rincão (Fig. 1).
Coleta do dados e amostras
A análise integrada deve incluir o levantamento das
informações morfológicas e de variabilidade climática,
com ênfase especial nos impactos, como o aparecimento
de espécies dominantes, que possibilitam identificar os
principais problemas a serem equacionados para a proteção
das zonas costeiras e oceânicas do país.
Biomassa disponível no Atlântico Sul:
São duas variáveis para estimar a biomassa disponível na
área do Atlântico Sul:
i)
temperatura da superfície do mar e ii) clorofila. Sendo,
a análise de clorofila por satélite, que é um indicador de
biomassa, a partir de dados do INPE, assim como os dados
de temperatura da superfície do mar.
Base de dados: INPE
2)
morfologia local
3)
variabilidade na temperatura
4)
crescimento de plântulas de Dalbergia ecastophyllum
Basicamente, três são os temas a serem destacados para a
metodologia:
i)
Sistematização das informações pré-existentes da mor-
fologia local, em especial aquelas relacionadas à cobertura
sedimentar atual e seus condicionamentos estruturais;
ii)
Mudanças climáticas, o mar assume papel cada vez
mais importante no equilíbrio dos gases de efeito estufa,
sendo ele responsável por cerca de 25% da captura de CO2
da atmosfera, e importante albedo.
iii)
Ocupação e utilização impróprias da Zona Costeira:
poluição por resíduos domésticos e industriais; modificações
da linha de costa: erosão, assoreamento; inadequação de
obras costeiras; aumento da atividade portuária em zonas
sensíveis para os ecossistemas.
Referências
Consultores, C., Hazin, B. M., & H, F. (2008). Cgee. mar e
ambientes costeiros. In Souza & K. G. (Eds.), (p. 323-
323).