não é anual. Mas, em 2007 as massas de águas do Prata
estiveram presentes na baía Sul, conforme Jr et al. (2008)
que apontaram diversas evidências para tal fato. Assim,
larvas geradas por desovas ocorridas em latitudes mais altas
poderiam ser transportadas pela massa de água. A duração
da “viagem” seria suficiente para que o ciclo larval se
completasse.
Na baía Sul (Florianópolis), grande quantidade de
estruturas artificiais estaria disponível para o assentamento.
E mais, dentro de estruturas como lanternas de cultivo de
moluscos, estariam protegidas de predadores facilitando em
muito a sobrevivência e estabelecimento de uma população
viável.
Descartando a hipótese que a espécie seria exótica sendo
que Convenção sobre Diversidade Biológica - CDB, “espécie
exótica” é toda espécie que se encontra fora de sua área
de distribuição natural. “Espécie Exótica Invasora”, por sua
vez, é definida como sendo aquela que ameaça ecossistemas,
habitats ou espécies. Essas espécies, por suas vantagens
competitivas e favorecidas pela ausência de predadores e
pela degradação do ambiente natural, dominam os nichos
ocupados pelas espécies nativas, notadamente em ambientes
frágeis e degradados (MMA, 2000). Não tendo relatos dessa
espécie no livro de espécies invasoras ou exóticas.
A ocorrência desta espécie Mytilus gavopovicialis já
vem sendo observado pelos mitilicultura catarinenses, neste
sentido é fundamental a sistematização de informações sobre
o período de assentamento desta espécie nos coletores que,
tradicionalmente são utilizados para a captação de sementes
da espécie Perna perna que é a cultivada em Santa Catarina
METODOLOGIA
A área utilizada para verificar o assentamento de Mytilus
galloprovincialis em coletores artificiais está situada no
Parque Aquícola Bombinhas, de propriedade da Fazenda
Marinha Silva Mar e do Programa Escola do Mar(PMar).
De acordo com TRUCOLLO (2006), a região possui um
regime de micromaré mista, com predominância semidiurna,
tendo uma variação de 0,4 a 1,2 metros, nas marés de
quadratura e sizígia respectivamente, podendo alcançar até
1 metro acima do nível previsto em condições de marés
meteorológicas (TRUCCOLO, 1998; TRUCOLLO, 2006).
Segundo (ARAÚJO et al, 2003; ) (E. M. F, K, & M, 2006),
as ondas provenientes de Leste com período de 8 segundos
e altura média significativa de 1,25 metros; e swell oriundos
do Sul com período de onda de 12 segundos, aumentando
a altura da onda do verão para o inverno, variando de 1,25
à 2 metros. Os valores médios de precipitação na região de
estudo estão em torno de 1600 mm por ano, sendo inferior
a 85% os valores de umidade relativa do ar. As temperaturas
do ar médias anuais ficam em torno de 20◦ C (DIEHL &
HORN FILHO,1996). Em condições normais o ATAS gera
vento de nordeste que são os que predominam no litoral de
Santa Catarina, mas em situações de frente fria há ocorrência
de ventos de Sul gerados pelo Anticiclone Móvel Polar ( ;
TRUCOLLO et al, 2006) (Nobre et al., 1986).
Para o estudo foi criado duas unidades de referência
técnica disposta no modelo da figura 1 na qual é gerida pela
parceria técnica da Prefeitura de Bombinhas com escritório
da EPAGRI , Programa Escola do Mar além da parceria com
a Fazenda Marinha Silvamar,esse modelo é para comparar as
áreas de cultivos de Canto Grande como a de Zimbros, para
verificar se ocorre a homogeneidade da distribuição de larvas
de mexilhão como também o seu recrutamento.
Serão imersos coletores num sistema do tipo “long-line”
duplo com flutuadores de polietileno de alta densidade
(PEAD) de 200 litros nas unidades de referência técnica do
município de Bombinhas figura 1 . A coleta das sementes
ocorreu nos primeiros 50 cm de profundidade. A salinidade
será medida com salinômetro tipo refratômetro, e com
o protótipo de datalog. A temperatura será acompanhada
com termômetro simples e com um mini registrador de
temperatura à prova d’água (TIDBIT), que utiliza a estação
base “stow away” para comunicação com o PC.
Essa estrutura tem 2 cabos de linha mestre de longlines
medindo cerca de 70m cada (cabos importados da Nova
Zelândia e cabos de seda, com bitolas apropriadas).
Alguns cabos terão emendas, mas isso não inviabiliza sua
utilização...são bem resistentes;serão usados 4 boias de
PEAD com volume 180-200 litros semi novas para longlines
duplos (sistema contínuo).
Para esse projeto foram confeccionados coletores do tipo
artesanal Tupiniquim (Silva;2018), com o objetivo de utilizar
o mesmo tipo de coletor que são tradicionalmente utilizados
pelos maricultores da região e com isso estar de acordo
a realidade do local e da maricultura do Parque Aquícola
Bombinhas.Este coletor foi composto por um cabo central
de polipropileno trançado, com diâmetro de 14 mm, que
é revestido por uma rede de pesca de poliamida usada
(abertura de malha 13 cm) com fio 0,60 mm com 25
malhas de altura e 100 m de comprimento, sendo que para
cada 100 metros de coletores foram utilizados em torno
de 20 panos de rede. O objetivo da rede é proporcionar
para as larvas de moluscos uma superfície macia e cheia
de área para fixação,será colocado cabos coletores do
tipo megaloop importado da Nova Zelândia;Cabo de alças
longas e alma reforçada, especial para Mitilicultura.Cabo
fabricado especialmente para o uso em cultivos de mexilhão
Perna perna.Todo o material contém aditivo “Carbon black”
estabilizador de raios UVs, que confere máxima resistência
à longa exposição de raios UVs.Fabricado com mistura
de polímeros Polietileno (PE) e Polipropileno (PP) para
suportar até 10 anos de uso contínuo com máquinas.
O coletor do tipo árvore de Natal com grande
área filamentosa, tem se mostrado compacto e leve,
proporcionando um aumento substancial da área disponível
para assentamento por metro linear de coletor. Além do cabo
coletor tipo árvore de natal importado da nova zelândia tem
grandes resultados no estado de Santa Catarina.
Para avaliar a presença de Mytilus serão imersos no
início de cada estação do ano, os coletores artificiais com
uma duração de 3 meses . Sendo emergido 15 metros
de cabos coletores que são tradicionalmente utilizados
pelos maricultores no município de Bombinhas.e cabos
industrializados Estes coletores são confeccionados com
padrão descrito por OLIVEIRA NETO et al (2006) com
cabos de propileno trançado e torcido com rede de poliamida
grande, uma superfície macia e cheia de área para fixação
e dispostos de maneira horizontal na área de cultivo, sendo
mantidos próximo a superfície com o auxílio de garrafas
plásticas. Passando o período de imersão, que deve durar em
torno de 90 dias, serão coletadas 5 amostras aleatórias de 0.2
metro do cabo coletor, que posteriormente serão conduzidas