Rhoden et al.
102 milhões de toneladas na safra de 2019/2020. (CONAB, 2020; FAO, 2020). A variabilidade genética
existente no milho permite o seu cultivo nos mais diversos ambientes. Esse cereal é cultivado desde a
latitude 58
◦
N até 40
◦
S, desenvolvendo- se desde o nível do mar até 3.800 m de altitude (Hallauer &
Filho, 1988). Além
disso, é a espécie vegetal geneticamente mais estudada e, consequentemente, a herança de inúmeros
caracteres e o seu genoma são bem conhecidos. Fatores como, importância econômica, a estrutura
genética, número de cromossomos, tipo de reprodução, facilidade para realizar polinizações manuais
e a possibilidade de gerar diferentes tipos de progénies, contribuíram muito para tornar este cereal um
modelo para as espécies alógamas ( ; DE ARAÚJO & NASS, 2002) (Paterniani, Nass, & Santos, 2000).
A grande variação genética presente na espécie está diretamente relacionada à alta capacidade de
sua adaptação em ambientes de diferentes altitudes, bem como aos diversos caracteres selecionados
pelo homem. Essa variabilidade genética pode ser visualizada nas inúmeras raças de milho existentes.
Conforme Galinat (1992), pela ampla adaptação geográfica, e pela distribuição do milho pelos
agricultores, a espécie se diferenciou em mais de 300 raças desde a época de Colombo. Conforme Harlan,
Crops, and Madison (1992), raças são tipos diferentes de populações de indivíduos dentro de uma mesma
espécie. Populações crioulas, também conhecidas como raças locais ou landraces, são materiais de grande
importância para o melhoramento genético pelo elevado potencial de adaptação que apresentam para
condições ambientais específicas (Paterniani et al., 2000). Com a ascensão dos híbridos, entretanto, a
maioria dos agricultores, tanto de grandes quanto de pequenas propriedades, deixaram de cultivar as
raças crioulas, que apresentavam um rendimento de grãos inferior ao dos híbridos, situação essa que se
mantém até hoje. Todavia, é inquestionável que o germoplasma do milho representa um grande banco de
variação natural (PATERNIANI; GOODMAN, 1977) e, por essa razão, muitos grupos de pesquisa vêm
trabalhando, já há algumas décadas, na identificação e na manutenção dessas variedades, para posterior
utilização do germoplasma em programas de melhoramento da espécie (NETO et al., 2008).
De modo geral, as populações crioulas são menos produtivas que os cultivares comerciais. Entretanto,
essas populações são importantes por constituírem fonte de variabilidade genética que podem ser
exploradas na busca por genes que conferem melhores qualidade de grãos, tolerância e/ou resistências
aos fatores abióticos e bióticos. Nessa cultura há grande variabilidade genética tanto para caracteres
relacionados à adaptação ambiental, quanto para aqueles que não têm influência na vantagem
adaptativa (Paterniani et al., 2000; Teixeira, 2005). Neste sentido, compreender e caracterizar as
variedades crioulas, cultivadas na região do litoral norte de Santa Catarina, contribuirão com os
agricultores locais, porque esses materiais são importantes fontes de variabilidade genética, contendo
genes e alelos responsáveis pela tolerância ou resistência aos estresses abióticos e bióticos, com
isso, esse estudo irá contribuir para o estabelecimento e consolidação da produção dessa cultura na
região, além disso, possibilitará aos agricultores familiares a produção da sua própria semente. Apesar
dos recentes desenvolvimentos tecnológicos e de gestão, a produção de alimentos ainda envolve a
geração de resíduos orgânicos que, se não corretamente administrados, apresentam elevado potencial
de impacto ambiental (Jongbloed & Lenis, 1998; Kunz et al., 2009; Magri & Teira-Esmatges, 2015;
Borges et al., 2017). As tecnologias de tratamento de resíduos orgânicos vêm sendo desenvolvidas
com base em aspectos técnicos, econômicos e ecológicos, mas os custos de implementação associados
e a complexidade de gerenciamento são os critérios que orientam a adoção e o sucesso dessas novas
tecnologias, principalmente em países em desenvolvimento.